quarta-feira, 1 de maio de 2013

Possibilidades


     Eu estive por aí procurando abrigo, palavras agradáveis, um pouco de atenção. Essa minha carência... sempre me metendo em encrencas. Mas tudo bem. Essa esperança se tornou um colega pra bater papo e se brincar de rebeldia. Por mim está ótimo. 
     Mas essa carência me criou um problema sério. Esse maldito aperto no coração me fez fraca, acabei ligando pra você naquela sexta-feira fria. A conversa foi muito agradável, o que foi horrível. Quando percebi que não era o que eu queria já era tarde: já tinha desviado o teu caminho e você já estava voltando casas no tabuleiro. Acabei te destratando e você ficou fulo demais, não merecia de jeito nenhum essa minha burrada. Desculpa. Mesmo sabendo que você jamais vai ler esse texto.  
     Você ficou com raiva e essa é uma força poderosa, que te empurra pra frente, te faz querer superar. Não vou mais fazer contato  nem dar explicações. Vou deixar meu egoísmo de lado e deixar você sentindo raiva de mim. Raiva não, a palavra que usou foi ódio. Ler isso doeu mais que muitas coisas na minha vida (e olha que você sabe que muitas coisas nessa vida já me machucaram). Espero que um dia me compreenda, mas provavelmente nunca terei essa resposta.
     No momento que li aquilo te perdoei, sei que estava com raiva. Tudo bem. Caras de 22 anos também erram quando amam. "Piada" interna.
Agora que a nossa situação está bem definida eu me sinto mais livre. Aquela marola, que era e não era, me irritava e meu me sentia num limbo eterno. Não tinha mais você mas não me desprendia pra realmente tentar algo com outro. Agora as nuvens saíram e eu consigo ver o céu: com tantas estrelas e tantas possibilidades. E é só agora que estou no escuro que posso enxergá-las.  

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

E a pergunta que não quer calar.

A gente se conheceu de um jeito aleatório. Com tanta gente naquele lugar logo você veio me achar na internet. E sem nenhuma conversa prévia, só apareceu nas solicitações de amizade. Franzi o cenho e dei um meio sorriso, meio sem palavras, meio surpresa. "Aceitar solicitação". E aí começou tudo.
Bem, aí também é a grande questão. O que é "tudo"? Vários olhares certeiros, lábios mordidos, risadas espontâneas e descobertas de nós dois. São tantas coincidências entre nós! Parece coincidir também a vontade de ter sempre mais. Mais beijos, mais abraço, mais carinho, mais acordes, mais ideias conjuntas, mais telefonemas, mais mensagens, mais riso frouxo, e tudo mais apertado, mais forte, mais até melhor de bom.
E são nesses momentos em que os limites parecem ter ido dar uma voltinha que eu me pergunto, será que você é meu? Por favor, não pense que sou possessiva. Ciúme não está entre as minhas características mais marcantes. Mas algo em você me faz querer... permanecer (apesar das promessas de solteirice infinda que fiz após o término). Eu quero teu jeito despreocupado pra fazer contraste comigo. Quero tua mão para segurar meu guarda-chuva enquanto te abraço e espero o ônibus chegar. Quero ter seu cheiro nos meus cabelos. Quero zoar teu time. Quero beijar tuas pintas.
E enquanto eu não paro de querer coisas você não deixa de ser, para mim, uma incógnita. É claro que está afim de mim, mas até onde? Não vamos impôr limites, agendas, horas marcadas, compromissos afixados no calendário para cobrar, você diz. E eu prontamente e verdadeiramente concordo. A falta de status nunca me incomodou com nenhum cara. Era o que era e pronto, um nome não era necessário. Mas com você.. sei lá. Com você quero que os acordes da música repercutam  por mais tempo. Sem nada pra abafar o som. Quero tocar pra todo mundo ouvir.
Então.. você vai ou não me responder?

domingo, 30 de dezembro de 2012

Esperança

...carinho demais. Atrevo-me até a fantasiar alegrias banhadas de sol à vossa companhia. O arrependimento pelos meus devaneios em demasio é provável. Graças a ele não entrego meus sentimentos por completo. Ainda sim faço preces silenciosas para que essa taquicardia e essas borboletas no meu estômago me guiem para a felicidade que tanto almejo. 

sábado, 27 de outubro de 2012

Epifania

Sua presença não mais me aquece. Isso não é lá uma novidade. A boa nova é que sua memória não mais jaz em mim. É claro que lembranças existem, e recordo de você ao me deparar com casais felizes. Mas aquela reminiscência tua, aquele rastro, já foi levado pelo vento. As migalhas de pão que você espalhou até mim já se foram e o teu caminho de volta se foi.
Esse novo mundo que está a minha frente me apetece muito, como uma Casa de Doces. Sei que lá pode haver coisas perigosas, mas não se preocupe, eu sei lidar com qualquer bruxa.
Infelizmente, você parece não ter percebido ainda que nossos caminhos mão se cruzam mais. Você insiste e insiste e insiste. Aparece e reaparece na minha frente, de surpresa. Parece simplesmente brotar do chão. Na primeira vez que (re)vi seus olhos confesso que fiquei abalada. Não acreditei que fosse verdade e desperdicei lágrimas contigo. Agora a coisa é outra. como em um insight, uma epifania, eu sei o que eu quero. E não é você. E, pra falar a verdade, você está atrapalhando o meu caminho para minha casa adocicada. Não percebe que você não é um convidado?

Paralelismo: Stolen heart

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Stolen heart


Minha cabeça está em ordem. Em contrapartida meu coração parece devastado. A dor no peito é intensa, insuportável. Não sei se é como se ele estivesse perdido ou simplesmente não existisse mais. Como se tivesse sindo roubado.
O aperto no coração faz pressão nos olhos e os sinto umedecer. Me agarro a memórias boas. Mas... na verdade boas lembranças não há. Apenas fatos aleatórios que meu coração encheu de emoção (o que desobedecia às ordens do meu sistema nervoso central).
Tento me controlar, mas esse incomodo no peito é extremamente insuportável, a ponto de me enfraquecer os músculos. A vontade de chorar é forte, mas tenho que manter-me em pé, forte, dura, como eu decidi ficar. É a única forma de não ser derrubada por esse vendaval que me assola.

domingo, 21 de outubro de 2012

Visagem?



Eu estava lá. Linda e serelepe. De repente olhei para a minha direita e você estava. Fiquei atônita quando vi seu rosto, achei que fosse, sei lá, visagem. Mas tão próximo a mim... Não sabia o que fazer. Apenas olhei você, olhei o lado direito do seu rosto de pele morena e barba levemente crescida. Você olhava para meus amigos (que sei ser seus também).
Aí olhou pra mim. Um grande sorriso no rosto. Não sabia decifrar você: estava realmente contente por me ver ou apenas forçando um contato.
Agora me lembro de algo que me disse uma vez, sobre sua época de solteiro: sempre que quer chamar a atenção de uma garota vá primeiro falar com a amiga dela. “Sempre funciona”, disse-me. Pois o sempre sempre acaba. Mas foi uma boa tentativa para me dar tempo de fechar a boca escancarada de espanto.
Aí veio conversar comigo. Naquela hora percebi que ainda estava ouvindo música em meus fones de ouvido. Pausei a música para ouvi-lo melhor. Aos poucos as pessoas foram se afastando. Estava óbvio que ele queria falar só comigo. Parecia bem. Sorria muito e estava muito interessado na minha vida. Queria saber o que eu andava fazendo, das minhas novidades, meninos que eu tinha ficado.Essa última pergunta achei estranha, lembro-me claramente que havia me pedido para não contar nada sobre outros caras, que você ao suportaria me imaginar com outros. Respondi com sinceridade , algo que se tornou quase cortante em minha personalidade depois do término.
Perguntei sobre ele também. Sei que se mudou, mora com um amigo em um bairro agradável do Rio, está no meio de uma tatuagem, fazendo publicidade (seu grande sonho) e está esperando o resultado da prova de transferência para a UFRJ.
Alguns minutos depois meu amigo veio me chamar para almoçar, que insistiu tanto que você nos acompanhou até a lanchonete. E não sei se isso de imediato me agradou ou não. Enfim, ele estava ao meu lado. Ao atravessar a rua me disse “cuidado” e me conduziu levemente pela cintura. Há muito não sentia mãos confiantes em mim. A sensação de imediato era boa, mas ao pensar sobre o ato novamente não sabia minha opinião sobre.
Subimos a passarela para atravessar a linha do trem. Lá em cima você disse que iria de trem e eu agradeci a Deus por poder ter tempo pra pensar depois que descesse aquelas rampas. Foi lá, com sua voz levemente rouca que disse que havia tido seu tempo, e que estava pronto. Aquilo era mais que o suficiente para eu compreender que estava esperando para ter o quarto dedo da mão direita ocupado novamente. Eu disse que conversaríamos. Com mais um sorriso me despedi. Naquela hora ouvi tocar More than words – Extreme na estação da Supervia. Aquilo era golpe baixo. Fui andando e você me chamou, com um sorriso nostálgico perguntou “ você tem dinheiro pro lanche?” Me lembrei de quando pagava meu almoço, sob papel do ótimo namorado. Eu ri sinceramente e disse que sim. Gostei de me sentir independente, demais.
Desci a rampa e fui comer, com meu amigo e outra colega que nos encontrou no caminho. Almoçamos e batemos papo. Queria mesmo era parar pra digerir o que estava acontecendo, e não o meu baratíssimo de frango. Quando fomos embora e me separei deles fiquei aliviada. Peguei meu telefone e pus na música que estava tocando antes de pausar. Era Sweet nothing – Florence and the machine. Aquela música fez crescer algo, uma necessidade de... correr. Saí subindo a rampa da passarela a toda velocidade. Aquilo me fez muito bem. Eu só não sabia se corria pra você ou de você, mas correr foi-me ótimo.
Quando cheguei na escola estava cansada, afobada. Depois de um tempo acabei indo ao banheiro com umas amigas. Contei a elas, que estavam convencidas de que nós voltaríamos. Disse que tinha que pensar seriamente. Antes do que eu pensava a resposta me veio como um baque:Não, não quero isso agora. Em três meses eu mudei muito, não era mais a mesma, estava aprendendo a viver sem alguém do meu lado, e estava gostando. Estava doendo bastante, mas como crescer dói os ossos, mudar dói o coração. E é melhor do que ficar estagnada, do mesmo tamanho.
O horário da aula chegou e elas se foram. Fiquei lá. E chorei.
Chorei não sei bem por que. Sentia que se não ficasse com você agora não poderia ficar mais. E aquele medo de ficar sozinha me veio. Era muito ruim.. Um vazio profundo. Mas não me permiti passar por isso. Eu não tinha mais medo disso. E eu decidi. Eu não queria voltar. Não agora. Talvez um dia... Mas não hoje. Preciso aprender a ficar só, e eu gosto de aprender.  E foi assim. Eu decidi que rumo tomar. A decisão foi forte e a senti tomar conta de mim, me preencher. Segurança.. É assim que é? Acho que irei descobrir.